O documentário Pisar Suavemente na Terra, com locações no Sul e Sudeste do Pará e a participação da cacique Kátia Silene Akrãtikatêjê, da etnia Gavião, retorna à Terra Indígena Mãe Maria, no município de Bom Jesus do Tocantins, para uma exibição destinada especialmente aos indígenas do povo Gavião. A sessão, realizada nesta sexta-feira, 14/03, às 18h30, na aldeia Akrãntikatêjê, aconteceu dentro da programação do 8° Festival Internacional Amazônida de Cinema de Fronteira (FIA Cinefront).

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Dirigido por Marcos Colón, professor da Universidade Estadual da Flórida, e roteirizado por Bruno Malheiro, professor da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), o audiovisual conta a história de três lideranças indígenas da Amazônia que convivem com ameaças aos seus territórios, mas lutam por manter vivas suas formas de estar no mundo. Interligadas pela voz e o pensamento ancestral de Ailton Krenak, os relatos de resistência exibidos ao longo de 73 minutos nos apresentam outras formas de existir e caminhar no mundo.

 Além do Brasil, o longa-metragem foi filmado no Peru e na Colômbia. Uma das protagonistas do filme é Tônkyre Kátia Akrãtikatêjê, a primeira cacique mulher da aldeia, que vida é marcada pela construção da hidrelétrica de Tucuruí, conflitos e o deslocamento forçado de seu povo.

Pisar Suavemente na Terra mergulha nas ruínas que a exploração predatória trouxe à Amazônia, e encontra na luta dos povos amazônidas e em suas ancestralidades, os horizontes de saída ao caos que nos encontramos (Foto: Marcos Colón/ Divulgação)

Cinema e resistência – O festival também exibirá o filme no Acampamento Pedagógico da Juventude Sem Terra (MST), em Eldorado dos Carajás, na mesma região, no sábado, 15, às 19h. Essa atividade é alusiva ao Dia Mundial da Luta pela Terra, celebrado em 17 de abril, data do massacre de 19 trabalhadores rurais sem-terra, fato de repercussão internacional ocorrido naquele município. Após a exibição, haverá o debate sobre o “Cinema e as Lutas dos Povos das Amazônias”, com a participação de Marcos Colón e Bruno Malheiro.

Premiado – O filme estreou na 46ª Mostra Internacional de Cinema e Exibição, em 2022, e venceu o prêmio de Melhor Fotografia no festival Filmambiente em novembro, no Rio de Janeiro. O documentário estreou nos Estados Unidos, em fevereiro deste ano, no Student Life Cinema da Florida State University (FSU) e foi selecionado para exibição no Spring 2023 New Jersey Film Festival.