O projeto Amazônia Livre de Fakes, realizado pelo Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social, lançou no último dia 12 de dezembro uma história em quadrinhos sobre pessoas transgêneras e suas dificuldades frente a uma série de fakenews relacionadas aos temas gênero e sexualidade. O roteiro é de autoria da jornalista Cecilia Amorim, da agência de jornalismo Carta Amazônia, e conta com ilustração de Brenda Lemos. A HQ “O voo da borboleta” é inspirada em um outdoor criminoso que foi divulgado pelas ruas de Belém e em alguns municípios do Pará promovendo discurso de ódio e desinformação sobre crianças e pessoas transgêneros através de frases discriminatórias.
A campanha assinada pelo deputado federal Eder Mauro (PL) foi um convite para a Marcha da Família realizada na capital paraense no dia 12 de outubro de 2023. O Ministério Público Federal instaurou inquérito civil para apurar a responsabilidade pela veiculação dos conteúdos transfóbicos tanto nas ruas como nas redes sociais.
Os quadrinhos contam a história de dois amigos que ainda na infância tem questões relacionadas à identidade de gênero e mostra como as fake news adoecem e interferem no processo de auto aceitação. “O voo da borboleta foi uma resposta aos ataques transfóbicos do outdoor, e tantos outros que vemos diariamente na internet. Quero conscientizar as pessoas de que as pessoas trans existem e não surgem na vida adulta. Que por trás de cada adulto trans existiu uma criança trans tentando se compreender e que esse processo não precisa ser doloroso”, afirma Cecilia.
O projeto é resultado do grupo de trabalho que desenvolveu a pesquisa “Amazônia Livre de Fake”. O grupo de trabalho foi composto pelo Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social , Cooperação da Juventude Amazônida para o Desenvolvimento Sustentável-Jovem, Coletivo Jovem Tapajônico, e os veículos de comunicação Tapajós de Fato, Carta Amazônia e Rede de Notícias da Amazônia. O estudo monitorou políticos nos estados do Amazonas, Mato Grosso e Pará. “O objetivo é identificar quem está por trás da proliferação de mentiras nas plataformas digitais, com qual interesse e quais são as fontes de financiamento”, afirma Kel Baster, coordenadora da pesquisa. A história em quadrinhos faz parte das estratégias de enfrentamento à desinformação e tem o intuito de promover a educação midiática.
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