No episódio, especialistas explicam o surgimento desse conceito e a relação dele com as mudanças climáticas e o avanço do agronegócio na região Norte

 

Se você não conhece e nunca ouviu falar na expressão racismo ambiental, está tudo bem. O termo ainda é muito novo, se comparado a outros conceitos do campo socioambiental. A expressão foi usada pela primeira vez em 1981, por químico e liderança do movimento negro, Benjamin Franklin Chavis, nos Estados Unidos. O conceito surgiu a partir de pesquisas e investigações que apontaram que os depósitos de resíduos tóxicos se concentravam em áreas habitadas pela população negra norte-americana.

Na definição original, traduzida para o português, racismo ambiental é a discriminação racial na elaboração de políticas ambientais, aplicação de regulamentos e leis, direcionamento deliberado de comunidades negras para instalações de resíduos tóxicos, sanção oficial da presença de venenos e poluentes com risco de vida à comunidades e exclusão de pessoas negras da liderança dos movimentos ecológicos.

Em outras palavras, o racismo ambiental se refere a qualquer política, prática ou diretiva que afete ou gere desvantagens de maneira diferenciada a indivíduos, grupos ou comunidades com base em raça ou cor. O assunto é o tema da 9ª edição do podcast Carta Amazônia, projeto dos jornalistas Adison Ferreira, Cecilia Amorim e Eraldo Paulino, realizado em parceria com o laboratório de jornalismo Énois, de São Paulo.

Para entender mais sobre o assunto, o programa conversou com Elielson Silva, Doutor em Ciências e Desenvolvimento Socioambiental, pelo NAEA – Núcleo de Altos Estudos Amazônicos, da Universidade Federal do Pará (UFPA), e com a jornalista Flávia Ribeiro, consultora para equidade de raça e gênero, pesquisadora de Ciências da Comunicação e ativista no CEDENPA – Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará.

O podcast Carta Amazônia é produzido com apoio do programa Diversidade nas Redações, da Énois, um laboratório de jornalismo que trabalha para fortalecer a diversidade e inclusão no jornalismo brasileiro.

O programa está disponível neste site, no YouTube e nas principais plataformas de áudio.