Por que a grande mídia reduz a Amazônia a floresta e ignora as grandes cidades e a dinâmica urbana que existem na região? Esse questionamento é o mote do debate Além da floresta: como cobrir a Amazônia urbana, que ocorre no dia 13 de julho, na programação oficial do 19º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, realizado de 11 a 14 de julho, em São Paulo. Na mesa, as jornalistas Cecilia Amorim, co-fundadora da Agência Carta Amazônia; Nicoly Ambrosio, repórter do Amazônia Real; e Vanessa Vieira, editora de conteúdo do Correio do Lavrado, debatem sobre a construção e desconstrução de estereótipos da região Norte.
“Ano passado estive no Congresso da Abraji como participante convidada pela parceria Énois e Embaixada dos EUA. Foi uma experiência incrível. Acompanhei palestras e mesas super necessárias. Dentro daquela energia contagiante de refletir sobre o passado, presente e futuro do jornalismo eu pensei: por que não levar o debate sobre os desafios do jornalismo nas cidades amazônicas para o maior congresso da categoria? E foi assim que surgiu a ideia desta mesa. A proposta é levantar discussões sobre esse assunto e mostrar, como amazônidas que somos, que jornalismo queremos fazer em nosso território”, afirma Cecília.
Para a comunicadora, debater sobre a Amazônia no maior congresso de jornalismo investigativo do Brasil é uma excelente oportunidade de conhecer mais sobre o território. “É importante falar que a Amazônia vai além das florestas e o povo amazônico vai além dos ribeirinhos e das comunidades tradicionais. Mostrar a pluralidade do nosso território num espaço com tantos formadores de opinião é uma maneira de desmistificar um pouco as inverdades sempre repetidas sobre a região”.
No Pará, 68,5% da população do estado vive em áreas urbanas. Isso se reflete nos outros estados da região Norte. Metrópoles como Belém e Manaus, e outras cidades com concentração demográfica significativa, sofrem com o crescimento desordenado e diversos problemas causados pela falta de planejamento urbano como degradação ambiental, poluição de rios, ilhas de calor, loteamentos irregulares e dificuldade de acesso a serviços básicos e a qualidade de vida da população
“A realidade é que falta conhecimento real sobre a Amazônia. E quando falo em conhecimento real, estou falando em conhecimento além da floresta. Muitos jornalistas que pautam a nossa região não têm conhecimento básico sobre ela e isso faz com que muitos sintam-se à vontade para chamar Belém de meio do mato em rede nacional. Suas visões estereotipadas e limitadas contaminam seus trabalhos e contribuem para que a visão da nossa região permaneça carregada de preconceitos e perpetue estereótipos”, destaca Cecília.
As inscrições para o 18° Congresso de Jornalismo Investigativo da Abraji ainda estão abertas. Você pode se inscrever através do congresso.abraji.org.br
O evento será híbrido. O presencial acontecerá em São Paulo de 11 a 14 de julho. Você também pode participar online. As mesas e paineis têm vagas limitadas.
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Debate Trilha: Amazônia
Além da floresta: como cobrir a Amazônia urbana
• Cecilia Amorim (Co-fundadora da Agência Carta Amazônia)
• Nicoly Ambrosio (Jornalista no Amazônia Real)
• Vanessa Vieira (Editora de conteúdo do Correio do Lavrado)
• Mediação: Thays Lavor (Coordenadora de dados na InfoAmazonia e Conselheira Fiscal na Abraji)
Data: 13/07 | Hora: 11h30 (presencial)