Após cinco anos consecutivos de alta, a área sob alerta de desmatamento na Amazônia teve queda de 33% no primeiro semestre de 2023, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (6) pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.

Os números são considerados preliminares e foram coletados pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), que monitora alterações na cobertura florestal.

Segundo o secretário executivo do ministério, José Paulo Capobianco, a redução é importante por reverter a tendência de alta que era contabilizada no segundo semestre de 2022, quando houve aumento de 54% na área sob alerta de desmatamento na Amazônia.

Considerado um dos meses de maior risco de desmatamento por estar no período seco, junho deste ano teve uma queda de 41% na área sob alerta, se comparado a igual mês do ano passado.

“Esse número é importante porque estamos em uma época com uma incidência de nuvens menor na Amazônia. Isso quer dizer que os dados têm um grau de assertividade muito maior do que períodos mais chuvosos. É um número com maior confiança de que o satélite conseguiu ver o desmatamento. E é muito importante também porque representa uma queda expressiva em um mês em que ocorre aumento do desmatamento ao longo da série histórica.”

Apesar disso, a queda ainda não garante que haverá diminuição no balanço anual das áreas sob alerta de desmatamento. Esse levantamento é contabilizado entre 1º de agosto de um ano e 31 de julho do ano seguinte, o que faz com que os seis últimos meses do governo anterior ainda sejam levados em conta nos dados que serão divulgados de forma definitiva em novembro deste ano.

Combate ao desmatamento

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que essa redução cumpre com o que foi prometido na campanha eleitoral. “Os resultados são fruto da decisão do presidente Lula de assumir como uma política de governo o enfrentamento da mudança do clima e o combate ao desmatamento”. Durante o anúncio dos novos números do desmatamento na Amazônia, Marina também ressaltou o fracasso do governo de Jair Bolsonaro no combate à degradação ambiental. “De 2019 a 2021 foram 550 milhões de reais gastos para o enfrentamento do desmatamento. Isso é mais dinheiro do que nós conseguimos na PEC da Transição. Ainda assim, o desmatamento subia de forma desenfreada”,

O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, destacou o aumento em multas, apreensões e embargos neste ano. De janeiro a junho, foram mais de 2,3 bilhões de reais em multas aplicadas, montante 167% maior que o do ano passado. Além disso, houve 2.086 propriedades embargadas (111% a mais) e 1.283 apreensões (115% a mais).

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Com informações da Agência Brasil

Foto: © Rogério Assis / Greenpeace