A Polícia Federal indiciou Marcelo Xavier, ex-presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), pelo crime de omissão no caso dos assassinatos do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, ocorrido em junho do ano passado, no Vale do Javari, no Amazonas

O indiciamento tomou como base a ata de uma reunião realizada após a morte de Maxciel dos Santos, servidor da Funai assassinado em Tabatinga, no Amazonas, em 2019.

Apesar da solicitação de proteção feita pelos funcionários da fundação, Marcelo Xavier não adotou nenhuma medida.

Também foi indiciado Alcir Amaral Teixeira, que era coordenador-geral de Monitoramento Territorial, responsável pela segurança dos territórios indígenas. Teixeira era substituto eventual de Xavier no comando da Funai.

Segundo a Polícia Federal, após a morte de Maxciel, Teixeira esteve na região e ouviu vários relatos de ataques a bases da Funai e de ameaças de morte aos funcionários da fundação.

No entendimento da PF, Marcelo Xavier e Alcir Teixeira agiram com dolo eventual, isto é, sabiam dos perigos, mas não tomaram providência e, assim, assumiram os riscos.

O indiciamento acontece quando a polícia, após investigações, aponta alguém como suspeito de um crime. A partir daí, cabe ao Ministério Público Federal analisar se há elementos para apresentar denúncia formal na Justiça, que torna o suspeito um acusado. Se essa denúncia for aceita pela Justiça, a pessoa vira ré e vai responder às acusações judicialmente.

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Foto: Isac Nóbrega/PR