Evento deve reunir cerca de 800 participantes. Programação conta com videoconferência, palestras e grupos temáticos sobre o ensino de língua, linguagem e literatura na região panamazõnica.

Como discutir o ensino da linguagem para além da gramática tradicional e das variantes da língua portuguesa na região panamazõnica? Essa pergunta é um dos questionamentos norteadores do 1º Congresso Panamazônico dos Professores de Língua, Linguagem e Literatura da Educação Básica (1º Cllimaz) e do 2º Encontro dos Egressos do ProfLetras da Universidade Federal do Pará (2º Letrasvivaz), realizados de 24 a 27 de setembro, no Centro de Convenções Benedito Nunes, na Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém.

A abertura dos dois eventos ocorreu na manhã desta terça-feira (24) e contou com a participação de Emmanuel Tourinho, reitor da UFPA; Gilmar Pereira da Silva, vice-reitor da UFPA; Marcos André da Cunha, presidente do 1º Cllimaz e do 2º Letrasvivaz; Tânia Maria Sarmento-Pantoja, diretora do Instituto de Letras e Comunicação (ILC-UFPA); Maria da Penha, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e Coordenadora Nacional do ProfLetras, além de representantes de diversas entidades parceiras do congresso.

Segundo os organizadores, cerca de 800 pessoas se inscreveram para a programação. Durante os quatro dias, os participantes debaterão sobre o ensino de língua, linguagem e literatura como ações de valorização humana dos sujeitos e de suas espacialidades panamazônicas. A atividade conta com videoconferência, palestras e grupos temáticos relacionando a importância do ensino com a escrita, língua, discurso, literatura, linguagem, gêneros literários, gramática, línguas de sinais, tradução, interpretação de línguas, decolonialidade, produção cultural, oralidade, gêneros, texto e a variação linguística, entre outros.

Segundo Marcos Cunha, o objetivo do 1º Cllimaz é promover a interlocução entre os diferentes profissionais da educação básica, discutir o ensino da linguagem e estimular a relação com a educação superior para discutir o ensino de língua, linguagem e literatura como ações de valorização humana dos sujeitos e de suas espacialidades panamazônicas. “Vamos propor políticas de ensino comprometidas com a ecologia e a sustentabilidade, enfatizando-se a importância da inclusão social, étnica, cultural, artística e escolar e combater as diferenças regionais. Já 2º Letrasvivaz viabiliza a formação continuada dos docentes da rede pública fundamental e básica a que se propõe o Programa de Mestrado”, detalha.

De acordo com a professora Márcia Greco Ohuschi, integrante do Comitê Científico dos eventos, as informações do Censo Escolar de 2023, divulgadas pelo Ministério da Educação (MEC), mostram que a educação básica desempenha um papel fundamental na formação e desenvolvimento dos estudantes. Segundo o levantamento, o Brasil contava, no ano passado, com 178.476 escolas de educação básica. A rede municipal brasileira corresponde por aproximadamente dois terços desse total (59,8%), seguida da rede privada (23,3%).

No Pará, conforme dados da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), em agosto passado, existem 975 escolas, 40 mil professores e 500 mil estudantes. Em Belém, pelos dados da Secretaria Municipal de Educação (Semec), existem 199 escolas atendendo aproximadamente 70 mil estudantes.

Grupos temáticos – Os eventos terão 14 grupos temáticos relacionando a importância do ensino com a escrita, língua, discurso, literatura, linguagem, gêneros literários, gramática, línguas de sinais, tradução, interpretação de línguas, decolonialidade, produção cultural, oralidade, gêneros, texto e a variação linguística, entre outros.

Grupos propositivos – Os grupos temáticos trabalharão o ensino da língua e da linguagem e as suas relações com a educação indígena, quilombola; inclusão social, heterogeneidade étnica e cultural; heterogeneidade linguística; preservação da Amazônia; diferenças regionais brasileiras, manifestações culturais, educação do campo, das águas e das Florestas na Pan-Amazônia, além do ensino da linguagem e da literatura com as práticas integrativas com os movimentos sociais. Destes grupos sairão propostas para serem apresentadas e encaminhadas para os gestores da educação.

Internacional – Participam dos eventos convidados do Chile, Peru e Colômbia e 22 especialistas, mestres e doutores de várias regiões do Brasil, além de uma ampla programação cultural, o lançamento de mais de 20 livros e momentos de degustação dos múltiplos e deliciosos sabores amazônicos.

COP-30 – Para o professor Welton Diego Lavareda, da Coordenação Geral do 1º Cllimaz e do 2º Letrasvivaz, os eventos abrem espaços para a participação social para além dos muros da universidade no momento em que se debate a 30ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP 30) em Belém. “ O Congresso reforça o compromisso da universidade pública com uma formação humanizada e transformadora no ensino, na pesquisa e na extensão em educação, linguagem e literatura nas universidades e escolas públicas da panamazônia, que devem ultrapassar a COP 30”, alerta Welton.

_________________

Com informações do jornalista Kid Reis

Foto de capa: Luis Miranda/ SEMEC